The hero of the story

A música do vídeo acima é do filme “500 dias com ela”, o qual eu assisti ontem (pela segunda vez) com meus amigos. Acho espetacular a cena em que essa música toca, que é quando o protagonista é mostrado em duas cenas lado a lado, uma representando suas expectativas e outra, a realidade. Uma das cenas que mais incrementa à genialidade que tem o filme. Digo isso porque (não só eu) me identifiquei muito com aquela cena, e por diversas vezes na vida, eu vivi e assisti a minha expectativa acontecendo no mesmo instante, numa dimensão paralela na qual todas as coisas boas acontecem para mim.

Minha história (até a criação desse blog) é muito longa, demorada, talvez cansativa. Por isso optei por não já sair de cara dizendo quem eu sou, o que eu faço, o que eu pretendo (pra falar a verdade, neste exato momento nem eu sei bem o que quero da vida). Por enquanto, resta saber que esse é o meu segundo blog. Neste mesmo ano eu tinha criado o primeiro, entretanto, ele durou só até meados de maio, que foi quando eu comecei a me afogar num poço de depressão e quis me matar, começando pelo blog (mais tarde eu abordo melhor essa história).

O blog se chamava Casulo Humano, e nele eu escrevi tudo aquilo que se passava na minha cabeça: meus pensamentos a respeito da vida e do mundo, minha sexualidade, meu curso (na universidade), minha vida afetiva, minha família, meus amigos, gosto musical, etc. Bom, enquanto durou, o Casulo Humano foi um ótimo local para extravasar as minhas angústias e felicidades. No entanto, num malfadado dia, esse casulo pegou fogo e a lagarta dentro dele se viu entre a vida e a morte (na verdade não foi fogo, foram aproximadamente 20 pílulas de Rivotril). O casulo foi destruído e a lagarta não virou borboleta. E nunca mais vai poder.

Enfim, aceitei a minha vida como lagarta mesmo e desde então estou sendo amparado (ainda que de forma tímida e sutil) pela família e amigos, que reagiram muito bem à minha notícia (sim, pra quem ainda não “catou” nessa imensa coleção de clichês, eu sou gay). Contudo, apesar da porta do armário ter sido aberta, eu ainda não saí de dentro dele. Ou seja, eu ainda não estou vivendo a “vida gay”, não saio pra baladas, não tenho namorado, não tenho amigos do meio gay… e isso faz muita falta (é viver como um leão forçado a aderir ao veganismo).

Atualmente estou fazendo terapias semanais com um psicólogo (estou até pensando em passar o link desse blog pra ele) e aos poucos estou tentando me livrar da fobia social – ou seja lá o que for – que me afasta da vida que eu quero viver. São muitos os problemas (amizades difíceis e raras, casa caótica, desânimo pra ir pra academia…), muitos os desejos (como vocês podem ver no mural acima, quero muito ter um Golden Retriever um dia)… mas uma coisa aqui eu defini: vou voltar a escrever!

That’s all.

6 Respostas

  1. Júlio César Vanelis

    Olha cara, primeiro, obrigado por ter visitado meu blog!!!
    Pelo visto, a sua virada foi bem complicada… O segredo é não fazer disso um problema. Ser gay não é sinonimo de ser infeliz, pleo contrário. Apesar dos pesares (homofobia), essa é a oportunidade de vc se tornar uma pessoa mais livre e sem preconceitos (se você tiver bom-senso). Bem cara, sair do armário pe complicado, e normalmente não é uma coisa que se consegue sozinho… Pode contar comigo e com o Sem Cortes e sem Edição… Apareça lá a hora que quiser trocar uma ideia!!!

    Um beijo cara, e bem vindo!!!

    26 de novembro de 2010 às 1:22

    • Obrigado pelo comment!
      Então, pois é né, nada a ver ser gay e ser infeliz. Assim, a estada do armário foi sim um dos fatores agravantes para a minha depressão “acordar”, mas com certeza não foi só esse o problema.
      Apareço lá sim, pod’exá!
      Abbraccio.

      26 de novembro de 2010 às 15:21

  2. Roberto Fonseca

    Excelente sua página, para quem está apenas começando. Vejo que promete muitas inovações. Parabéns! Só um adendo: o preconceito não começou recentemente. Ele vem desde as Leis Levíticas, onde, para impedir que o sexo fosse “usado” de forma a não resultar em procriação, pois os hebreus eram uma tribo nômade que temia a perda da identidade, era tida como crime hediondo, condenado por Deus. Resta saber qaue Deus é esse que institui penalidades ao amor, não importa de que forma ele seja vivenciado. Não é esse o Deus que eu cultuo. Vá em frente! Go ahead!

    25 de outubro de 2010 às 17:22

    • Também não é o Deus que eu cultuo! Minha teoria de que cada pessoa deve ter o seu próprio Deus se mostra mais certa a partir desse pensamento!
      Obrigado pelo comentário Sr. Roberto! Continue lendo!

      26 de outubro de 2010 às 17:31

  3. Alex

    Que bom que você voltou!
    Escreva. Faça disso, também, uma terapia, com a troca de idéias e dúvidas junto com aqueles que têm as mesmas dúvidas, os mesmos medos.

    25 de outubro de 2010 às 12:41

Deixar mensagem para Thiago Cancelar resposta